domingo, 1 de setembro de 2013

CONVITE PARA SOLENIDADE NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Minhas amigas e meus amigos, Zillerada de plantão!


CONVITE


A Deputada Estadual Luzia Ferreira apresentou proposição - já devidamente aprovada - para a reparação simbólica do mandato de Deputado Estadual de Armando Ziller, cassado em 1947 por motivos políticos pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra.


Deputada Luzia Ferreira (PPS)



A solenidade será realizada no dia 18 de setembro de 2013, a partir de 14h30m  no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

QUEM FOI ARMANDO ZILLER

 Armando Ziller e Filomena Melillo Ziller



Armando Ziller nasceu em 3 de setembro de 1908, mas foi registrado em 12 de setembro, no Rio de Janeiro.Antes de completar dois anos de idade, seu pai, João Ziller, mudou-se para Minas Gerais, onde se criou na Zona da Mata com suas irmãs Armanda, Angelina e Abgail. Sempre bem humorado, costumava dizer "ser um carioca da Zona da Mata."Sua mãe, d. Luíza, morreu em 1916 e seu pai casou-se novamente com a filha de um amigo italiano, d. Rosa Leonello, daí nascendo seus irmão e irmãs Adalgisa, Adelchi, Anfrido, Amílcar, Albiluz, Albina e Albiléo.
 Fez seus estudos básicos no tradicional Granbery, em Juiz de Fora e passou a ajudar seu pai lecionando nos colégios que ele fundava pelo interior de Minas Rio de Janeiro e São Paulo. Foi assim que conheceu sua futura esposa, d. Filomena Melillo, na cidade de Itararé. Casou-se em 1933 e neste mesmo ano foi aprovado em concurso para o Banco do Brasil e destacado para trabalhar na cidade de Santos.
Sua vida sindical iniciou-se em Santos, onde com um grupo de bancários viria a criar o Sindicato local. Foi transferido para Curitiba, onde nasceram seus três filhos, e onde criou, junto com companheiros bancários o sindicato dos Bancários do Estado do Paraná. A seu pedido foi transferido em 1940 para Belo Horizonte, onde já viviam seus pais e irmãos. Foi quando abraçou a causa comunista, participando ativamente da luta sindical por melhores condições de trabalho e valorização do bancário.
Ziller, um apaixonado leitor da Bíblia, foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários e Região, junto com sindicalistas católicos. Citando São Tomás de Aquino, ele dizia: "A razão e a fé não se hostilizam, antes, se completam".
                                                                   
Dirigentes do Sindicato depois escreveriam: "A posse da diretoria, tendo à frente o comunista Armando Ziller, dá início a um período marcado por grandes campanhas salariais e engajamento do Sindicato no cenário político nacional. A atuação dos comunistas à frente do movimento sindical bancário da capital mineira marca um período histórico da entidade, expresso principalmente na primeira greve comandada pelo Sindicato, em 1946. O Sindicato promoveu debates sobre a política salarial e a criação da Confederação dos Trabalhadores do Brasil (CTB)."
Com a vitória da greve de 1946 Ziller foi eleito deputado estadual tendo atuação digna do respeito dos bancários e de trabalhadores do Estado. Autodidata, poliglota, exímio orador, de espírito ágil e respostas contundentes, encantava a todos. Durante os movimentos bancários, quando as assembléias eram na então Secretaria de Saúde e Assistência, seus discursos eram aplaudidos de pé pelo auditório durante muitos minutos. Este auditório é onde funciona hoje o Minascentro, na Avenida Augusto de Lima, entre as ruas Santa Catarina e Curitiba.
Seu mandato durou pouco, mas foi marcante na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Certa vez, abordado por famoso político que insistia em dizer que ouvia os seus discursos sempre muito bons, retrucou:" Nem tanto, Excelência, se fossem assim tão bons  não tinham me tirado de lá."
Ziller presidiu também a Federação dos Bancários e Securitários de Minas e Goiás, participou de congressos nacionais e internacionais e, inclusive se encontrava na Europa, participando da organização do Congresso Sindical Mundial, quando houve do golpe de 1964 que instalou a ditadura cívico-militar no Pais. Ficou 17 nos fora do Brasil voltando após a aprovação da lei da anistia, tendo vivido em Praga, em Santiago do Chile e em Buenos Aires.
De volta ao país, reassumiu suas funções de dirigente do PCB, tendo sido candidato a deputado federal por sua legenda em 1986. Ele teve três filhos: Hélia , Armando (já falecido) e Arnaldo.
Mais um exemplo de suas veias humorísticas. Certa vez, convidado por um político da moda para conversar sobre temas nacionais e trocar idéias, foi taxativo: "Podemos conversar, sim.Trocar idéias, não. Estou satisfeito com as minhas".
Ziller morreu em 17 de maio de 1992, aos 84 anos, lutando por seu ideal: o Comunismo.







segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ROMEU E JULIETA SEGUNDO LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

Selecionei um texto de bom humor de Luís Fernando Veríssimo onde ele reescreve o final da peça de Shakespeare no seu inigualável estilo.Bom proveito.



Luís Fernando Veríssimo
Shakespeare
Da série "Finais alternativos". "Romeu e Julieta". Ato V, Cena IV. Encontro do velho Montéquio, pai de Romeu, com o velho Capuleto, pai de Julieta.

"Montéquio: Meu filho, por mais que eu despiste
Em casar com sua filha insiste.
Ó céus, no que dará a união
Do filho de um nobre com a filha de um cão?
E, com todas as minhas mágoas, ainda por cima
Esta obrigação de falar com rima!

Capuleto: Esta dor até um cão mata
Ver sua filha casar com um vira-lata.
Pior do que isto, ah meus dias,
Serão as reuniões das nossas famílias,
Eu e você, sendo gringos,
Comendo a mesma massa, aos domingos!

Montéquio: Porca miséria (me perdoe o bardo)
Mas resignemo-nos ao nosso fardo.
Se não se casam, se juntam, e vão viver de artesanato
Só há um jeito, façamos um pacto.

Capuleto: Rendo-me aos fatos, galhardo
Melhor um genro cachorro do que um neto bastardo.

Montéquio: Dito o que, só nos resta um mote.

Capuleto: Qual?

Montéquio: O dote.

E Romeu e Julieta não morrem, mas vivem felizes até a separação.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

O EXPERIMENTO DO DR. HEIDEGGER

Um novo texto de muito bom humor, escrito por notável contista norte-americano é o assunto que escolhi esta semana para amenizar os problemas diários que temos de enfrentar. A sutileza do autor nos faz lembrar dos primeiros médicos, meio alquimistas, meio curiosos e meio charlatães. Bom proveito!

“Na estante central havia um busto de Hipócrates em bronze, com o qual, segundo algumas autoridades, o dr. Heidegger costumava manter consultas para todos os casos difíceis de sua profissão. No canto mais escuro da sala havia um armário alto e estreito,de carvalho, de porta escancarada, no interior do qual se percebia indistintamente um esqueleto. Entre duas estantes um espelho se dependurava da parede com a sua comprida e poeirenta superfície emoldurada num caixilho dourado enegrecido. Entre as muitas histórias maravilhosas contadas sobre esse espelho, dizia-se que as almas de todos os falecidos clientes do doutor habitavam entre suas bordas e o fitavam cara a cara, quando quer que ele olhasse para aquele lado.
O lado oposto da sala se enfeitava com o retrato de corpo inteiro de uma linda mulher, vestida com uma desbotada magnificência de cetim, seda e brocado, e dona de um rosto tão descorado como o vestido. Havia mais de cinqüenta anos, o Dr. Heiddeger estivera a ponto de se casar com aquela senhora. Todavia, sendo ela acometida por uma ligeira perturbação, engolira uma das receitas do seu amado e morrera na noite do noivado. Resta ainda a mencionar a maior curiosidade do estúdio: um pesado in-fólio encadernado em couro preto, com fechos de prata maciça. Não havia inscrição na lombada, e ninguém podia dizer o título do livro. Sabia-se, entretanto, que se tratava de um livro de mágica: e, certa vez, ao levantá-lo uma criada, só para espanar-lhe o pó, o esqueleto chocalhara os ossos dentro do armário, o retrato da mulher pusera um pé do assoalho, e, do fundo do espelho, numerosos rostos fantasmagóricos espiavam para fora; ao mesmo tempo, a brônzea carantonha de Hipócrates fez uma carranca e comandou: - Pare com isso!”

 (NATHANIEL HAWTHORNE – “O EXPERIMENTO DO DR. HEIDEGGER”)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Voltaire - Textos Selecionados I - Arnaldo Ziller

Vou publicar a partir de agora, textos extraídos de obras que são consideradas verdadeiras pérolas da literatura mundial. Apresentam temas polêmicos, críticas, situações de refinado humor, que servirão para novos conhecimentos através de saudáveis e divertidas páginas literárias. E assim, nada melhor que um exemplar texto de Voltaire, selecionado de seu famoso conto "Os ouvidos do Conde de Chesterfield e o Capelão Goudman", onde permanece clara e latente a posição anti-monárquica do filósofo. O estilo crítico e divertido de Voltaire - às vezes contundente - espelha sua aversão ao autoritarismo. Foi, junto a D'Alembert e Diderot, precursor da Revolução Francesa, que culminou com a queda da monarquia.
Bom proveito. Comentem, enviem sugestões!

OS OUVIDOS DO CONDE DE CHESTERFIELD E O CAPELÃO GOUDMAN
VOLTAIRE –

CAPÍTULO VII

            No dia seguinte os três filósofos abordaram a grande questão: qual o primeiro móvel de todas as ações dos homens. Goudman, a quem sempre lhe doera a perda de seu cargo e da sua bem amada, disse que o princípio de tudo era o amor e ambição. Grou que vira mais terras, disse que era o dinheiro; e o grande anatomista Sidrac assegurou que era a privada. Pasmaram os dois convivas e eis como o sábio Sidrac provou a sua tese:
            - Sempre observei que todos os negócios deste mundo dependem da opinião e da vontade de um principal personagem, seja o rei, o primeiro-ministro, ou alto funcionário. Ora, essa opinião e essa vontade são o efeito imediato da maneira como os espíritos animais se filtram no cérebro e daí até a medula alongada; esses espíritos animais dependem da circulação do sangue; esse sangue depende da formação do quilo; esse quilo elabora-se na rede do mesentério; esse mesentério acha-se ligado aos intestinos por filamentos muito delgados; esses intestinos, se assim me é permitido dizer, estão cheios de merda. Ora, apesar das três fortes túnicas de que cada intestino está revestido, é tudo perfurado como uma peneira; pois tudo na natureza é arejado, e não há grão de areia, por imperceptível que seja, que não tenha mais de quinhentos poros. Poder-se-ia passar mil agulhas através de uma bala de canhão, se as conseguíssemos bastantes firmes e bastante fortes. Que acontece então a um homem com prisão de ventre? Os elementos mais tênues, mais delicados da sua merda se misturam ao quilo nas veias de Asellius, vão à veia-porta e ao reservatório de Pecquet; passam para a subclávia; penetram no coração do homem mais galante, da mulher mais faceira. É uma orvalhada de bosta que se espalha por todo o corpo. Se esse orvalho inunda os parênquimas, os vasos e as glândulas de um atrabiliário, o seu mau humor se transforma em ferocidade; o branco de seus olhos se torna de um sombrio ardente; seus lábios colam-se um ao outro; a cor do rosto assume tonalidades baças. Ele parece que vos ameaça; não vos aproximeis; e, se for um ministro de Estado, guardai-vos de apresentar-lhe um requerimento; Todo e qualquer papel, ele só o considera como um recurso de que bem desejaria lançar mão, segundo o antigo e abominável costume dos europeus. Informai-vos habilmente de seu criado se Sua Senhoria defecou pela manhã.
            Isto é mais importante do que se julga. A prisão de ventre tem produzido, às vezes, as mais sanguinolentas cenas. Meu avô, que morreu centenário, era boticário de Cromwell; contou-me muitas vezes que fazia oito dias que Cromwell não ia
à privada quando mandou degolar o seu rei.
            Todas as pessoas um pouco a par dos negócios do continente sabem que o Duque de Guise várias vezes avisado de que não incomodasse a Henrique III no inverno, enquanto estivesse soprando o nordeste. Em tal época era com extrema dificuldade que o referido monarca satisfazia as suas necessidades naturais. Suas matérias lhe subiam à cabeça; era capaz, então, de todas as violências. O Duque de Guise não levou a sério tão avisado conselho. Que lhe aconteceu? Seu irmão e ele foram assassinados.
            Carlos IX, seu predecessor, era o homem mais entupido do reino. Tão obstruídos estavam os condutos de seu cólon e de seu reto, que por fim o sangue lhe jorrou pelos poros. Bem se sabe que esse temperamento adusto foi uma das causas da matança de São Bartolomeu.
            Pelo contrário, as pessoas que têm bom aspecto, as entranhas aveludadas, o colédoco fluente, o movimento peristáltico fácil e regular, que todas as manhãs, depois de comer, se desobrigam de uma boa evacuação, tão facilmente como os outros cospem; estas pessoas favoritas da natureza são brandas, afáveis, graciosas, benevolentes, serviçais. Um não na sua boca tem mais graça do que um sim na boca de um entupido.
            Tal é o domínio da privada, que uma soltura torna muita vez um homem pusilânime. A disenteria tira a coragem. Não convideis um homem enfraquecido por insônia, por uma febre lenta e por cinqüenta dejeções pútridas, para atacar um posto inimigo em pleno dia. Eis porque não posso acreditar que todo o nosso exército estivesse com disenteria na batalha de Azincourt, como dizem, e que alcançou a vitória de calças na mão. Alguns soldados teriam ficado com soltura por haverem abusado de maus vinhos no caminho; e os historiadores teriam dito que todo o exército, enfermo, bateu-se de bunda de fora, e que, pra não mostrá-las aos peralvilhos franceses, bateu-os redondamente, segundo a expressão do jesuíta Daniel. E eis justamente como se escreve a História.
           

Voltaire, François Marie Arouet – Contos – Tradução Mário Quintana – 1ª edição –  Ed. Abril Cultural – (Com licença da Editora Globo, S.A. – Porto Alegre). Maio 1972 – São Paulo.

terça-feira, 11 de junho de 2013

ERRO REPARADO

Membro do PC Brasileiro desde 1942, Armando Ziller terá de volta, simbolicamente, o mandato de deputado. Homenagem deve ocorrer ainda neste semestre.

FOTO: FONTE ARQUIVO ESTADO DE M INAS
REPORTAGEM: Juliana Cipriani

Ziller era o único braço do partidão em Minas Gerais
Um dos mais antigos comunistas do Brasil, Armando Ziller terá de volta, simbolicamente, o mandato cassado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 1948 por causa da extinção do Partido Comunista pelo então presidente marechal Eurico Gaspar Dutra. Vinte e um anos depois de sua morte, na esteira da devolução do título de senador (1988-1990) a Luiz Carlos Prestes, foi apresentado um projeto de resolução para reparar a situação do único representante do grupo no Legislativo mineiro. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, Ziller era o único braço do partido em Minas, eleito deputado constituinte em 1947. 

Sindicalista, Armando Ziller foi eleito em meio a repressões aos partidários comunistas. Era membro do PCB desde 1942 e liderava em Minas um movimento pela manutenção de ideais marxistas. Foi presidente do sindicato e da federação dos bancários e dirigente das confederações nacional e internacional da mesma categoria.

Assim como Prestes, teve o mandato extinto em janeiro de 1948, quando o governo Dutra colocou o chamado “partidão” de volta à clandestinidade. Fundado em 1922, o PCB foi colocado na ilegalidade já no ano de sua fundação. Anos depois, na década de 1940, já tendo Prestes em sua liderança, conseguiu o registro eleitoral e elegeu uma forte bancada. Em 1947, o PCB teve o registro cassado mais uma vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que comunicou às assembleias a destituição do partidão. 

Um dos filhos de Armando Ziller, o publicitário Arnaldo Ziller, de 73 anos, disse que, embora tardia, a iniciativa corrige um estado de exceção vivido no país. Segundo ele, o país está recuperando a memória de políticos que foram massacrados injustamente. “Ele (Ziller) sempre foi um homem de caráter irreprovável, de posição e atitude, conduziu muito bem a liderança no sindicato e confederação e representou muito bem o Brasil em congressos no exterior. Para nós, é uma satisfação quando há o reconhecimento da sociedade ao corrigir essa situação”, afirmou. 

EXILADO Além da homenagem na Assembleia de Minas, que deve ocorrer ainda neste semestre, a família de Ziller luta para obter indenização na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Isso porque Ziller, além de ter o mandato cassado, ficou quase 20 anos fora do país para não ser preso durante o regime militar. Ele era aposentado do Banco do Brasil em 1964 e atuava como professor em Genebra, na Suíça, quando foi deflagrado o golpe. Mesmo fora do país, foi julgado e condenado a anos de prisão e só pôde voltar ao país em 1980, depois da anistia concedida pelo governo Figueiredo. 


“Estamos aguardando o resultado do processo. Ele foi perseguido e julgado à revelia porque não estava no país e nossa família foi desmembrada por 17 a 18 anos, enquanto durou a ditadura. Há um prejuízo muito grande não só na formação familiar, mas na trajetória política que meu pai teria e foi cortada”, afirmou Arnaldo Ziller. Autora da proposta de devolução do mandato, a deputada estadual Luzia Ferreira (PPS) disse que o ato é importante para a democracia. “É um reconhecimento da legitimidade de um mandato que o povo deu a ele e um ato contra a ausência de liberdade”, afirmou a parlamentar. Ziller morreu em maio de 1992 de ataque cardíaco.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O mundo do cinema se reuniu em torno da distribuição do Oscar-2008/2009. Ainda é cedo para comentários pois não foram vistos os filmes e nem apreciadas as interpretaçãoes vencedoras. Como "viciado" em cinema, queria aqui registrar alguns "Oscars" não atribuídos a quem, a meu ver, tinha direitos. Os mais gritantes foram de melhor filme e direção para "Tempos Modernos", O Grande Ditador" e "Luzes da Ribalta" de Charles Chaplin. Mas temos outros: Peter O'Toole em"Lawrence da Arábia" teve uma interpretação irretocável. Kirk Douglas em "Spartacus". Betty Hutton (melhor atriz) e James Stewart (melhor ator coadjuvante) em "The Gratest Show on Earth". Cecil B. de Mille pela direção de "Os Dez Mandamentos"; Jay Robinson pelo papel de Calígula em "O Manto Sagrado"; Russel Crowne por "Uma Mente Brilhante" (Ele ganhou o Oscar por "O Gladiador" cuja interpretação foi bem abaixo de Kirk Douglas em Spartacus...); Fernanda Montenegro pela brilhante atuação em "Central do Brasil"; Robert Preston em "Victor ou Victória"; Maryl Streep em "O Diabo Veste Prada"; Eleanor Parker em "Chaga de Fogo"; Deborah Kerr em "Os inocentes"; Stanley Holloway em "My Fair Lady"; Morgan Freeman por "Seven"; Brandon De Wilde por "Shane"; Charles Durning por "Golpe de Mestre" e também em "A Confissão"; Sig Rumann em "Inferno 17"; Montygomery Clift por " A Um Passo da Eternidade"; Greg Kinnear por "Melhor é Impossível" e etc. etc. Além de uma inversão escandalosa entre os Oscars para Sean Penn (melhor ator) e Tim Robbins (melhor ator coadjuvante), quando na verdade deveria ter sido ao contrário... E Geraldine Page em "Doce Pássaro da Juventude"? Por outro lado vários Oscars indiscutíveis foram atribuídos a Vivien Leigh "Um Bonde Chamado Desejo"; Lawrence Olivier por "Henrique V"; Geofrey Rush por "Brilhante"; Tom Hanks em "Filadélfia"; Dustin Hoffmann por "Rain Man"; Katarine Hepburn por "Advinhe Quem Vem para o Jantar" e "Lágrimas do Céu"; Rod Steiger em "In the heat of the night"; Joel Grey e Liza Minelli em "Cabaré"; David Niven em "Separate Tables"; Geraldine Page em "Retorno a Bountiful"; Bette Davis em "A Malvada"; Margareth Rutheford por "The VIPs"; Melvyn Douglas e Patricia Neal por "Hud", etc. e etc. Será se esqueci algum?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lulin - o cometa verde

Anexo dados para conhecimento e observação do cometa que passará no carnaval próximo à terra. Não é um cometa períódico, portanto não voltará por estas bandas de novo. Será a única oportunidade de vê-lo.


Cometa faz passagem única pelo céu do Brasil neste carnaval
O Lulin, descoberto por astrônomos na China e em Taiwan em 2007, passa pela Terra para nunca mais voltar
Carlos Orsi, do estadao.com.br
Tamanho do texto? A A A A
Componentes.montarControleTexto("ctrl_texto")
SÃO PAULO - O carnaval deste ano chega acompanhado por um sinal do céu: o cometa Lulin, descoberto em 2007, atingirá aproximação máxima com a Terra na Terça-Feira Gorda, 24 de fevereiro. Mas o Lulin já está no céu: no próximo diz 15, por exemplo, ele nasce às 22 horas.

Veja também:
Campanha de observação do Lulin
Mapa do céu do hemisfério sul em português

"A melhor hora de visibilidade será de madrugada, mais especificamente às 3 horas da manhã", diz o coordenador de cometas da Rede de Astronomia Observacional (REA), Alexandre Amorim. "Ele estará próximo de Spica, estrela de primeira magnitude da constelação de Virgem".

A rota do Lulin, de 12 a 27 de fevereiro de 2009, com posições para as 23h, hora de Brasília

Amorim diz que o cometa fará conjunção com o planeta Saturno no dia 23, "que será visível durante toda a noite". No fim do mês, em 27 de fevereiro, ele estará próximo de outra estrela muito brilhante, Régulus, na constelação de Leão.

O período de 23 a 27 é o melhor para observar o cometa, diz o astrônomo Tasso Napoleão, um dos coordenadores do Ano Internacional da Astronomia (IYA, na sigla em inglês) no Brasil. Além de coincidir com a aproximação máxima entre o Lulin e a Terra - 61 milhões de quilômetros, ou pouco mais de um terço da distância entre nós e o Sol -, essa será também uma época de lua nova, o que significa que não haverá luz lunar ofuscando a visão do cometa.

Traçado da trajetória do Lulin, com a posição relativa aos planetas internos do Sistema Solar

"As estimativas de brilho do Lulin para a semana preveem magnitude em torno de 5, o que significa que deverá ser perceptível com lunetas ou pequenos binóculos, mas dificilmente a olho nu", diz Napoleão.

Amorim recomenda binóculos com lentes de 50 milímetros e aumento de entre sete e dez vezes para enxergar o Lulin. Ele sugere que quem quiser tentar ver o cometa busque se afastar da poluição luminosa de centros urbanos. "O cometa tem o aspecto de um astro nebuloso e a sua visibilidade é fortemente prejudicada pela iluminação das grandes cidades", explica.

Foto do Lulin feita com câmera digital em 31 de janeiro por Wilton Costa, de Brasília/DF

Atividades envolvendo o Lulin - que deve o nome ao observatório de Taiwan onde foi feita a foto do céu que o revelou - estão na programação brasileira do IYA. No dia 26, o professor Oscar Matsuura, da USP, fará palestra no planetário de São Paulo sobre o assunto. A palestra será seguida por observações do cometa com telescópio, "se as condições meteorológicas forem favoráveis", diz Napoleão.

A oportunidade de observar o Lulin, ou C/2007 N3, como também é conhecido, é única. "Este não é um cometa periódico, e não retornará mais depois desta passagem", explica Napoleão.
Cometa faz passagem única pelo céu do Brasil neste carnaval
O Lulin, descoberto por astrônomos na China e em Taiwan em 2007, passa pela Terra para nunca mais voltar
Carlos Orsi, do estadao.com.br
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SÃO PAULO - O carnaval deste ano chega acompanhado por um sinal do céu: o cometa Lulin, descoberto em 2007, atingirá aproximação máxima com a Terra na Terça-Feira Gorda, 24 de fevereiro. Mas o Lulin já está no céu: no próximo diz 15, por exemplo, ele nasce às 22 horas.

Veja também:
Campanha de observação do Lulin
Mapa do céu do hemisfério sul em português

"A melhor hora de visibilidade será de madrugada, mais especificamente às 3 horas da manhã", diz o coordenador de cometas da Rede de Astronomia Observacional (REA), Alexandre Amorim. "Ele estará próximo de Spica, estrela de primeira magnitude da constelação de Virgem".

A rota do Lulin, de 12 a 27 de fevereiro de 2009, com posições para as 23h, hora de Brasília

Amorim diz que o cometa fará conjunção com o planeta Saturno no dia 23, "que será visível durante toda a noite". No fim do mês, em 27 de fevereiro, ele estará próximo de outra estrela muito brilhante, Régulus, na constelação de Leão.

O período de 23 a 27 é o melhor para observar o cometa, diz o astrônomo Tasso Napoleão, um dos coordenadores do Ano Internacional da Astronomia (IYA, na sigla em inglês) no Brasil. Além de coincidir com a aproximação máxima entre o Lulin e a Terra - 61 milhões de quilômetros, ou pouco mais de um terço da distância entre nós e o Sol -, essa será também uma época de lua nova, o que significa que não haverá luz lunar ofuscando a visão do cometa.

Traçado da trajetória do Lulin, com a posição relativa aos planetas internos do Sistema Solar

"As estimativas de brilho do Lulin para a semana preveem magnitude em torno de 5, o que significa que deverá ser perceptível com lunetas ou pequenos binóculos, mas dificilmente a olho nu", diz Napoleão.

Amorim recomenda binóculos com lentes de 50 milímetros e aumento de entre sete e dez vezes para enxergar o Lulin. Ele sugere que quem quiser tentar ver o cometa busque se afastar da poluição luminosa de centros urbanos. "O cometa tem o aspecto de um astro nebuloso e a sua visibilidade é fortemente prejudicada pela iluminação das grandes cidades", explica.

Foto do Lulin feita com câmera digital em 31 de janeiro por Wilton Costa, de Brasília/DF

Atividades envolvendo o Lulin - que deve o nome ao observatório de Taiwan onde foi feita a foto do céu que o revelou - estão na programação brasileira do IYA. No dia 26, o professor Oscar Matsuura, da USP, fará palestra no planetário de São Paulo sobre o assunto. A palestra será seguida por observações do cometa com telescópio, "se as condições meteorológicas forem favoráveis", diz Napoleão.

A oportunidade de observar o Lulin, ou C/2007 N3, como também é conhecido, é única. "Este não é um cometa periódico, e não retornará mais depois desta passagem", explica Napoleão.