domingo, 1 de setembro de 2013

CONVITE PARA SOLENIDADE NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Minhas amigas e meus amigos, Zillerada de plantão!


CONVITE


A Deputada Estadual Luzia Ferreira apresentou proposição - já devidamente aprovada - para a reparação simbólica do mandato de Deputado Estadual de Armando Ziller, cassado em 1947 por motivos políticos pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra.


Deputada Luzia Ferreira (PPS)



A solenidade será realizada no dia 18 de setembro de 2013, a partir de 14h30m  no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

QUEM FOI ARMANDO ZILLER

 Armando Ziller e Filomena Melillo Ziller



Armando Ziller nasceu em 3 de setembro de 1908, mas foi registrado em 12 de setembro, no Rio de Janeiro.Antes de completar dois anos de idade, seu pai, João Ziller, mudou-se para Minas Gerais, onde se criou na Zona da Mata com suas irmãs Armanda, Angelina e Abgail. Sempre bem humorado, costumava dizer "ser um carioca da Zona da Mata."Sua mãe, d. Luíza, morreu em 1916 e seu pai casou-se novamente com a filha de um amigo italiano, d. Rosa Leonello, daí nascendo seus irmão e irmãs Adalgisa, Adelchi, Anfrido, Amílcar, Albiluz, Albina e Albiléo.
 Fez seus estudos básicos no tradicional Granbery, em Juiz de Fora e passou a ajudar seu pai lecionando nos colégios que ele fundava pelo interior de Minas Rio de Janeiro e São Paulo. Foi assim que conheceu sua futura esposa, d. Filomena Melillo, na cidade de Itararé. Casou-se em 1933 e neste mesmo ano foi aprovado em concurso para o Banco do Brasil e destacado para trabalhar na cidade de Santos.
Sua vida sindical iniciou-se em Santos, onde com um grupo de bancários viria a criar o Sindicato local. Foi transferido para Curitiba, onde nasceram seus três filhos, e onde criou, junto com companheiros bancários o sindicato dos Bancários do Estado do Paraná. A seu pedido foi transferido em 1940 para Belo Horizonte, onde já viviam seus pais e irmãos. Foi quando abraçou a causa comunista, participando ativamente da luta sindical por melhores condições de trabalho e valorização do bancário.
Ziller, um apaixonado leitor da Bíblia, foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários e Região, junto com sindicalistas católicos. Citando São Tomás de Aquino, ele dizia: "A razão e a fé não se hostilizam, antes, se completam".
                                                                   
Dirigentes do Sindicato depois escreveriam: "A posse da diretoria, tendo à frente o comunista Armando Ziller, dá início a um período marcado por grandes campanhas salariais e engajamento do Sindicato no cenário político nacional. A atuação dos comunistas à frente do movimento sindical bancário da capital mineira marca um período histórico da entidade, expresso principalmente na primeira greve comandada pelo Sindicato, em 1946. O Sindicato promoveu debates sobre a política salarial e a criação da Confederação dos Trabalhadores do Brasil (CTB)."
Com a vitória da greve de 1946 Ziller foi eleito deputado estadual tendo atuação digna do respeito dos bancários e de trabalhadores do Estado. Autodidata, poliglota, exímio orador, de espírito ágil e respostas contundentes, encantava a todos. Durante os movimentos bancários, quando as assembléias eram na então Secretaria de Saúde e Assistência, seus discursos eram aplaudidos de pé pelo auditório durante muitos minutos. Este auditório é onde funciona hoje o Minascentro, na Avenida Augusto de Lima, entre as ruas Santa Catarina e Curitiba.
Seu mandato durou pouco, mas foi marcante na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Certa vez, abordado por famoso político que insistia em dizer que ouvia os seus discursos sempre muito bons, retrucou:" Nem tanto, Excelência, se fossem assim tão bons  não tinham me tirado de lá."
Ziller presidiu também a Federação dos Bancários e Securitários de Minas e Goiás, participou de congressos nacionais e internacionais e, inclusive se encontrava na Europa, participando da organização do Congresso Sindical Mundial, quando houve do golpe de 1964 que instalou a ditadura cívico-militar no Pais. Ficou 17 nos fora do Brasil voltando após a aprovação da lei da anistia, tendo vivido em Praga, em Santiago do Chile e em Buenos Aires.
De volta ao país, reassumiu suas funções de dirigente do PCB, tendo sido candidato a deputado federal por sua legenda em 1986. Ele teve três filhos: Hélia , Armando (já falecido) e Arnaldo.
Mais um exemplo de suas veias humorísticas. Certa vez, convidado por um político da moda para conversar sobre temas nacionais e trocar idéias, foi taxativo: "Podemos conversar, sim.Trocar idéias, não. Estou satisfeito com as minhas".
Ziller morreu em 17 de maio de 1992, aos 84 anos, lutando por seu ideal: o Comunismo.







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